Familiares e amigos lamentam morte de idosos, vítimas de acidente em São Gonçalo do Amarante
Familiares e amigos das pessoas mortas no acidente que aconteceu na BR-222, em São Gonçalo do Amarante, na Grande Fortaleza, iniciaram, nesta quinta-feira (16), os sepultamentos e enterros das vít...
Familiares e amigos das pessoas mortas no acidente que aconteceu na BR-222, em São Gonçalo do Amarante, na Grande Fortaleza, iniciaram, nesta quinta-feira (16), os sepultamentos e enterros das vítimas. Os parentes lamentaram a morte de Júlia Teixeira, 69 anos, e do motorista Sebastião Simplício, 68 anos.
O acidente com dois veículos aconteceu na madrugada desta quarta-feira (14) e envolveu duas famílias, deixando 3 mortos. Em um carro, morreu o motorista Francisco Valdeci Amorim Silva, de 50 anos, que causou o acidente, ao invadir a contramão e se chocar com outro veículo. Neste segundo carro, estavam 5 pessoas, vindo a óbito Júlia Texeira e Sebastião Simplício.
Júlia Teixeira, que deixa 5 filhos, e Sebastião Simplício foram velados nesta quinta-feira (16). O velório dele aconteceu na 1º Igreja Presbiteriana de Itapipoca e, em seguida, o corpo foi sepultado em um cemitério de Itapipoca nesta quinta (16). Já a idosa foi enterrada no mesmo local do colega no fim da tarde de hoje.
O filho de Sebastião, Carlos Simplício, afirmou que o pai havia feito 68 anos na última terça-feira (14) e, após o aniversário, veio à Fortaleza, para buscar Júlia, que chegava do Rio de Janeiro. "Papai comemorou 68 anos na terça. A gente fez uma surpresa pra ele lá em casa, comemoramos e fizemos o aniversário dele. Eu dei uma blusa de presente para ele. Todo dia eu ia para a casa do meu pai, eu abraçava ele e é assim que eu vou guardar ele na minha memória", comentou.
Homem esfaqueia a sogra, faz esposa refém e, na fuga, causa acidente no Ceará. Três pessoas morreram. ? Foto: Divulgação/PRF
Além de Sebastião e Júlia, estavam mais 3 pessoas no carro, todas da família de Júlia Teixeira. São eles: a dona de casa Maria Teixeira Barbosa, conhecida como Yasmin, filha de Júlia; e o pastor Carleandro Teixeira. O filho do casal, Melquisedeque, de 12 anos, também estava no veículo. Vindos do Aeroporto Internacional de Fortaleza, eles haviam ido buscar a idosa que voltava de viagem do Rio de Janeiro em um voo.
Júlia Teixeira, que estava no banco da frente, e Sebastião Simplício, foram atingidos pelo impacto do carro. Segundo José Lourival Teixeira Pinto, filho de Júlia e irmão de Yasmin, a mãe morreu logo após o choque.
"Todos estavam com o cinto de segurança. Foi o cinto que salvou a vida da minha irmã, do meu sobrinho e do marido dela. Minha mãe e o motorista também estavam com o cinto, mas o impacto foi maior. Quando o motorista percebeu, ele falou 'ai meu Deus, ai meu Deus. Vai bater!' Ele tentou puxar o carro, mas não deu tempo. Francisco pegou o lado do motorista com o carro dele. Pelos hematomas e machucados que vi na minha mãe, ela morreu assim que foi atingida."
José Lourival, natural de Itapipoca, mora atualmente na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com ele, Júlia tinha ido ao sudeste do país para fazer algumas consultas médicas, mas havia desistido e, assim, quis voltar para o Ceará. "Ela estava lá em casa e ia para São Paulo, fazer um tratamento, porém ela insistia em voltar, dizia que queria ir embora, pois se sentia melhor em Itapipoca. Parecia que ela estava adivinhando algo."
A amiga de Júlia, Rosa Pereira, estava responsável pela casa da idosa que morreu no acidente. Segundo ela, a amiga deixará saudade. "Eu tava limpando a casa dela e a filha dela disse que ia buscar a mãe no aeroporto. Eu disse que ia, se o marido dela não fosse. Os filhos dela não queriam que ela viesse agora, mas é isso. Estamos aqui só de passagem. Somos como velas acesas", desabafou.
De acordo com José Lourival, que chegou do Rio de Janeiro na noite de quarta-feira (15), ele e a irmã perderam o pai, há dois anos, também em um acidente de trânsito. "Eu perdi meu pai quando ele foi atropelado em uma avenida principal de Itapipoca. Morreu na hora. E, agora, dois anos depois, estou enterrando a minha mãe. É uma abalo muito grande na minha família. Está sendo muito triste para nós. Parece que um filme esta se repetindo na minha mente. A Yasmin, que cuidava da minha mãe, está revivendo outro episódio trágico", esclareceu.
Em um áudio, direcionado a parentes e amigos, Yasmin recebeu alta médica para poder ser responsável pela liberação do corpo da mãe, na Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce). Emocionada, ela agradeceu o apoio que está recebendo. "Eu agradeço pela força que estou recebendo. Pedi alta para poder liberar o corpo da minha mãe, mas estou me comunicando com vocês para agradecer. Muito obrigado! Deus é maravilhoso. Ele nos deu mais uma chance para viver."
Sequestro
Além da morte do motorista aposentado, Sebastião, e de Júlia, Francisco Amorim morreu na colisão. De acordo com a ex-mulher da vítima, Maria de Fátima Xavier, ele a sequestrou da casa dos pais, em Pentecoste, após esfaquear a ex-sogra, de 80 anos, e ameaçar o ex-sogro. O casal, separado há dois meses, travou, ainda, uma luta corporal, antes da viagem trágica que o matou.
Para ela, que conseguiu se jogar para fora do carro antes do acidente, Francisco iria cumprir a promessa de matá-la. "Eu jamais esperei que ele fosse invadir e realmente fazer o que ele tinha prometido: me matar e matar minha família", falou.