21% das meninas cearenses de 13 a 17 anos já havia sofrido violência sexual, aponta pesquisa
A violência sexual já atingiu uma em cada cinco meninas de 13 a 17 anos no Ceará, sendo tocada, manipulada, beijada ou ter tido partes do corpo expostas contra a sua vontade, conforme a Pesquisa N...
A violência sexual já atingiu uma em cada cinco meninas de 13 a 17 anos no Ceará, sendo tocada, manipulada, beijada ou ter tido partes do corpo expostas contra a sua vontade, conforme a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), que entrevistou escolares dessa faixa etária em todo o Brasil.
Outro dado alarmante que a pesquisa revela é que 9,5% das meninas cearenses nessa idade já foram forçadas ao sexo. O estudo tem dados de 2019 e foi divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No geral, 15,6% dos estudantes cearenses de 13 a 17 anos narraram já terem sofrido algum tipo de violência sexual pelo menos uma vez na vida. Mas o percentual entre as meninas (21,6%) foi mais que o dobro do observado entre os meninos (9,2%). E na rede privada houve mais relatos desse tipo de violência (17,8%) do que na rede pública (15,2%).
Entre os principais agressores os adolescentes apontaram um amigo (30%), o namorado (28%). Considerando que os casos de violência sexual podem ter ocorrido mais de uma vez e, inclusive, sido praticado por pessoas diferentes, os escolares puderam identificar mais de um autor no questionário.
"É preciso estar muito atento ao fato de que os agressores, grande parte das vezes, são pessoas do ambiente doméstico das vítimas ou pessoas com quem elas têm relação de afetividade. Isso provoca um sentimento de desamparo e de não ter a quem recorrer. O adolescente sente que não tem com quem falar sobre o que está acontecendo com ele", alerta Cristiane Soares.
Além disso, 7,1% dos adolescentes cearenses disseram já terem sido obrigados a ter relações sexuais contra a sua vontade. E mais uma vez as meninas se mostraram o principal alvo dos agressores: 9,5% disseram já terem sido forçadas, frente a um percentual de 4,7% para os meninos. A ocorrência foi mais alta entre os estudantes da rede pública (7,5%, frente a 4,8% na rede privada).
Namorado ou namorada foram apontados como os principais autores (25,1%), seguido por outro familiar (23,9%).